Com a rotina corrida e o grande volume de informações diárias, os aplicativos de mensagem e redes sociais oferecem ferramentas que aceleram o consumo dessas informações. Seja em uma aula, no trabalho, em uma entrevista ou até em uma declaração de amor, todas essas atividades podem ser ouvidas em alta velocidade para, supostamente, otimizar o tempo. Entretanto, essa funcionalidade pode ter um impacto direto na saúde mental e cognitiva. Carlos Manoel Rodrigues, professor de Psicologia do CEUB, esclarece os efeitos do uso excessivo desses recursos tecnológicos.
A aceleração dos conteúdos pode aumentar o fenômeno do “mind wandering” (divagação mental) e prejudicar a compreensão em determinadas situações. O psicólogo explica que, quando as informações são consumidas em alta velocidade, o cérebro é treinado a processá-las rapidamente, o que pode comprometer a capacidade de concentração e atenção em tarefas que exigem um ritmo mais lento. “Para adultos e crianças, esse hábito pode dificultar a habilidade de se concentrar em atividades que demandam um processamento mais detalhado ou reflexivo, uma vez que o cérebro pode se acostumar a um ritmo mais acelerado de estímulos”, alerta.
A “irritação” experimentada por quem recebe um áudio pode sinalizar um senso de urgência ou uma expectativa de ritmo acelerado, gerada pelo consumo frequente de conteúdos em alta velocidade. Pesquisas indicam que a antecipação de respostas rápidas em mensagens instantâneas pode aumentar a excitação fisiológica, gerando frustração ou impaciência. “Essa reação pode ser amplificada quando estamos constantemente imersos em um ambiente de alta velocidade, criando uma sensação de urgência contínua e levando à irritabilidade quando as interações no mundo real ou digital não correspondem a essas expectativas aceleradas”, observa o especialista.
Evitando a fadiga mental
Para preservar a saúde mental diante do excesso de informações e da aceleração dos conteúdos, o especialista sugere limitar o tempo de exposição a essas informações e estabelecer pausas regulares para desconectar e permitir que o cérebro descanse. Ele afirma que o excesso de informações pode resultar em sobrecarga social e fadiga mental, o que pode aumentar a tendência de trocar ou abandonar plataformas. “Práticas como meditação e atenção plena ajudam a treinar o foco e a reduzir a sensação de pressa ou ansiedade associada ao consumo rápido de informações.”
Fique atento aos sinais
O professor do CEUB destaca que sinais como dificuldade persistente de concentração, aumento da irritabilidade, ansiedade ao consumir conteúdos em velocidades normais, e uma sensação de sobrecarga ou exaustão mental, podem indicar um problema subjacente que merece atenção. Ele aconselha que, ao perceber que o hábito de consumir conteúdos acelerados está prejudicando a vida diária e o bem-estar emocional, a pessoa deve procurar ajuda. “Psicólogos podem oferecer estratégias e técnicas para ajudar a regular o consumo de informações e melhorar a saúde mental”, conclui.
Por Assessoria de Comunicação.
Comentar