Audiência pública reuniu lideranças que criticaram ausência do Governo de Minas e falta de transparência sobre os impactos da concessão.
A Câmara Municipal de Sete Lagoas sediou na última quinta-feira (3), uma audiência pública para debater a concessão e a instalação de pedágios na MG-424 pelo Governo de Minas. A reunião foi proposta pelo vereador Caio Valace e contou com grande representatividade por políticos da microrregião, do colar metropolitano e do Vetor Norte, que manifestaram preocupações sobre os impactos locais e regionais do projeto.
Apesar da relevância do tema, o Estado não enviou representantes para o debate, o que foi amplamente criticado pelos participantes. Dentre as principais pautas discutidas e reivindicadas, destacam-se o início das obras a partir da região de Sete Lagoas, a ampliação de uma via marginal até a Universidade Federal de São João del-Rei, os impactos sobre bairros como Esmeraldas e Itapuã e questionamentos sobre os custos das obras nas rodovias MG-010 e LMG-800, que estariam embutidos no valor dos pedágios da MG-424.
Para o vereador Caio Valace, a ausência de representantes do governo estadual demonstra falta de compromisso com a população diretamente afetada. “É inadmissível que Sete Lagoas e região sejam penalizadas com a cobrança de pedágios sem que tenhamos retornos significativos. Precisamos garantir que os recursos investidos atendam às demandas regionais, não apenas beneficiem outras regiões”, afirmou Valace.
A presidente da Associação Comercial e Industrial de Sete Lagoas (ACI), Valéria Reis, falou da importância do momento para “ouvir as opiniões, ver o que é viável, como vai ser todo o trajeto, o que é interessante para cada uma das cidades que estarão envolvidas, o que é importante para a área produtiva, se vai realmente vai escoar todas as possibilidades da economia se desenvolver na região e se a concessionária vai entregar aquilo que está contratado.”
Já o pró-reitor da Universidade Federal de São João del-Rei, Renato Vieira, destacou algumas preocupações. A primeira diz respeito à mobilidade dos estudantes. “Os alunos atravessam a rodovia e a gente já vem há quase 15 anos tentando resolver essa situação”, relatando sobre os riscos envolvendo a segurança dos alunos. Outra preocupação é a respeito do custo dos pedágios. “Nós temos muitos estudantes e servidores no Vetor Norte e a gente fica preocupado com os custos adicionais da rodovia que possa inviabilizar a permanência estudantil”, disse.
O prefeito de Fortuna de Minas, Cláudio Maciel, também participou do encontro e reforçou a frustração com a falta de clareza do projeto estadual. “A expectativa era de que a MG-424 fosse duplicada, mas não é isso que está sendo proposto. Queremos um diálogo franco e soluções que beneficiem de fato nossa população, e não apenas uma cobrança sem contrapartidas reais”, afirmou.
Parte dos presentes manifestaram contra a instalação do pedágio. Mas mesmo diante dessa posição, os participantes da audiência deliberaram pelo envio de um documento ao Governo de Minas cobrando esclarecimentos e ajustes no projeto. A expectativa é de que novas reuniões sejam realizadas para garantir que as demandas locais e regionais sejam devidamente consideradas antes da implementação da concessão.
Por Ascom Vereador Caio Valace
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