Encontro fortalece o diálogo com comunidades de matriz africana e propõe ações conjuntas no combate à intolerância religiosa.
A Câmara Municipal de Sete Lagoas realizou, na noite da última terça-feira (04), uma Reunião Especial do Projeto “Terreiros Protegidos”, por iniciativa do vereador Rodrigo Braga (MDB), em parceria com o Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-brasileira (CENARAB), a Federação das Comunidades Tradicionais de Matriz Africana e Afro-brasileira (FESCAB) e o Ilê Nzo Kiambeta Njimbo.
O encontro reuniu representantes das casas de axé, lideranças religiosas, órgãos públicos e forças de segurança, com o objetivo de fortalecer o diálogo entre o poder público e as comunidades tradicionais, propor políticas de valorização, garantir o respeito às tradições e enfrentar a intolerância religiosa.
Presidida pelo vereador Rodrigo Braga (MDB), a mesa foi composta pelo vice-presidente da Federação Social e de Cultura Afro-brasileira de Sete Lagoas (Fescab), Fabiano Santana, representando a presidente Makota Nsindandê que se fez presente, mas cumpre preceito religioso; pela coordenadora do Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro Brasileira (Cenarab), Célia Gonçalves Souza – Makota Celinha; e pelo sacerdote do terreiro Nzo Kiambeta Njimbo, Alexandre Magno Abreu de Souza – Tata Kissasengê. No Plenário participaram o vice-presidente do Conselho Municipal de Igualdade Racial de Sete Lagoas (Compir), Marcelo Justino da Silva; Luiz Augusto Cardoso Lourenço, também representando o conselho; o Supervisor Fernando Diniz, representando a Guarda Civil Municipal; e o Major Antônio Ferreira Oliva Neto, representando o Comandante do 25º Batalhão da Polícia Militar, dentre sacerdotes e líderes de casas religiosas ocupando o Plenário.
Durante a abertura, o vereador Rodrigo Braga (MDB) destacou a importância da iniciativa: “A intolerância religiosa é uma realidade nacional, e infelizmente o povo de matriz africana tem sido vítima de violência e vandalismo. Precisamos cuidar disso. Por isso, unimos a segurança pública, as secretarias responsáveis e as lideranças religiosas para criarmos uma rede de terreiros protegidos em Sete Lagoas”, afirmou.
Projeto Terreiros Protegidos
O vice-presidente da Fescab, Fabiano Santana, ressaltou que o projeto vem sendo implantado em várias cidades com resultados positivos: “Foi uma conversa produtiva. A proposta é que cada terreiro certificado receba uma placa de identificação como espaço sagrado protegido, instalada de forma articulada com a Polícia Militar, Guarda Civil Municipal, Ministério Público, Defensoria Pública e Conselho Municipal. Essa placa tem um simbolismo profundo, representa que o Estado reconhece e protege aquele espaço”, explicou.
A diretora da Cenarab, Makota Celinha Gonçalves, também destacou o impacto social e simbólico da iniciativa: “o ‘Sagrado Espaço Protegido’ é uma tecnologia preta, simples e eficaz. É um recado claro ao racismo: nós não estamos sós. Essa ação tem sido premiada nacionalmente como uma das políticas públicas antirracismo mais eficientes, justamente por reforçar que o Estado reconhece e protege esses territórios sagrados”, afirmou.
O encontro foi marcado por um clima de união, diálogo e esperança, ampliando o debate sobre a preservação dos terreiros e o respeito às manifestações culturais e religiosas afro-brasileiras. “O diálogo é o primeiro passo para construirmos uma cidade mais justa, inclusiva e com liberdade religiosa para todos”, reforçou a Fescab.
Ao final, o vereador Rodrigo Braga destacou os próximos passos da iniciativa: “vamos reunir as instituições e forças de segurança para que o projeto se concretize. O Artigo 5º da Constituição é claro ao garantir a liberdade de culto, e o poder público deve assegurar esse direito”, concluiu.
Por Ascom Câmara Municipal de Sete Lagoas





















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