Em um mundo cada vez mais conectado às telas e à correria do dia a dia, um grupo em Sete Lagoas se dedica a resgatar e celebrar a essência da cultura popular brasileira, especialmente a ciranda. Nascido em 2022, o coletivo O Cirandado se tornou um farol de tradição e inovação na cidade, encantando públicos de todas as idades e consolidando sua importância para a diversidade cultural da região.
Formado por Jordana Sidô (produtora executiva, percussionista e brincante), Aline Campelo (percussionista e brincante), Gustavo Gomes (xequerzeiro e brincante) e Sérgio Fraga (percussionista e brincante), O Cirandado nasceu da oficina “Boi Cirandado”, realizada no Quintal Boi da Manta. Desde então, o grupo tem a ciranda como seu cerne, um movimento que vai além da dança e da música, promovendo um reencontro com as raízes e a ancestralidade. Em 2024, o reconhecimento veio na forma de certificação como Ponto de Cultura, atestando a relevância do trabalho desenvolvido em Sete Lagoas e arredores.
Para O Cirandado, a cultura popular é um elo vital. “Ela nos conecta à nossa ancestralidade, fortalece o sentimento de pertencimento, valoriza nossa história e constrói conexões geracionais”, explica o grupo. A ciranda, com seus elementos de roda e a figura do “ser brincante”, oferece um contraponto poderoso ao uso excessivo de telas, resgatando músicas, danças e brincadeiras que correm o risco de se perder no tempo. É um convite ao contato humano, à memória afetiva e à redescoberta da alegria simples de “brincar”.
Tradição e Inovação em Sintonia
O desafio de manter viva a tradição em um cenário moderno é abraçado pelo grupo com maestria. “O coletivo utiliza das redes sociais, principalmente Instagram e YouTube (@ocirandado e ocirandado@gmail.com) para a difusão da tradição das músicas, danças e brincadeiras como trabalho de resgate”, conta Jordana Sidô. Essa ponte entre o ancestral e o digital permite que a riqueza da ciranda alcance novas gerações, garantindo que o legado cultural continue pulsando.
A influência da cultura local é inegável no trabalho d’O Cirandado. O grupo tem o privilégio de ter como parceiros e incentivadores mestres importantes da região. Nomes como Mestres Paulinho do Boi e Saúva foram fundamentais na formação e no nascimento do trabalho do coletivo, demonstrando a força das raízes locais na construção de um projeto cultural tão significativo.
Desafios e Recompensas de um Trabalho Apaixonante
Trabalhar com a cultura popular, especialmente com a ciranda, traz consigo desafios e recompensas únicas. “O desafio começa com a pesquisa de músicas para o repertório, além do trabalho no resgate na roda de canções que estão no inconsciente coletivo de gerações, mas que vêm se perdendo com o uso intenso de meios eletrônicos”, afirma O Cirandado. No entanto, a maior recompensa reside na emoção e nas lembranças que o repertório aflora em cada apresentação, criando uma conexão profunda com o público.
Diversidade: O Coração Pulsante d’O Cirandado
A representatividade diversa no palco e na equipe de produção é um pilar fundamental para o grupo. Para O Cirandado, essa diversidade “traz vantagens, tais como o aumento do sentimento de pertencimento, da inclusão, identificação com grupos sociais. Promove também engajamento, equidade, tanto no coletivo quanto na sociedade em geral.”
Essa variedade de perspectivas enriquece exponencialmente o processo criativo e o resultado final das apresentações. “Quanto maior e mais diverso é o alcance, maior a identificação do público com o coletivo. A troca de conhecimento, quanto mais diversa, mais rica, mais inclusiva e criativa”, destacam os integrantes.
Para promover a inclusão e o acesso à cultura para diferentes públicos, O Cirandado realiza suas apresentações em diferentes espaços de Sete Lagoas, prioritariamente em espaços públicos e abertos, que oferecem acessibilidade. Com espetáculos para crianças, adolescentes, adultos e idosos, muitas vezes acompanhados por um profissional de libras, o grupo garante que a ciranda chegue a todos, construindo pontes e celebrando a verdadeira diversidade cultural.
Embora seja difícil eleger a apresentação mais marcante, dado o turbilhão de emoções e trocas que cada show proporciona, o grupo destaca “ os projetos e apresentações em parceria com os mestres foram especialmente marcantes para o grupo.”
Para o Futuro
O grupo está trabalhando em novas coreografias e músicas para o repertório dentre elas uma escrita por uma integrante percussionista, Aline Campelo. “Tudo feito com muita alegria e carinho para o público. Nós sigam nas redes sociais @ocirando onde postaremos a nossa agenda e muitas novidades.” Convidam.
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