O cantor e compositor mineiro Lô Borges morreu na noite de domingo (2), aos 73 anos, em Belo Horizonte. Segundo a família, o músico estava internado desde meados de outubro por causa de uma intoxicação medicamentosa.
Lô deixa um filho, Luca Borges, e cinco irmãos — Márcio, Telo, Marilton, Nico e Yé Borges —, além de uma legião de admiradores. A família ainda não divulgou informações sobre o velório e o sepultamento.
De acordo com parentes, o artista foi hospitalizado após uma reação alérgica causada por medicamentos. Seu quadro era grave, e no dia 25 de outubro ele passou por uma traqueostomia para auxiliar na respiração. Durante a internação, realizou sessões de hemodiálise e apresentou estabilidade clínica nos últimos dias, conforme boletim divulgado pelo Hospital Unimed Contorno.
Um dos pilares do Clube da Esquina
Nascido em Belo Horizonte, em 1952, Salomão Borges Filho se tornou um dos grandes nomes da Música Popular Brasileira e figura central do movimento Clube da Esquina, fundado ao lado de Milton Nascimento e Beto Guedes. O grupo, que surgiu no bairro Santa Tereza, transformou a música nacional ao combinar MPB, rock, jazz e sonoridades internacionais.
Em 1972, aos 20 anos, Lô lançou com Milton Nascimento o clássico Clube da Esquina, álbum duplo que marcou gerações com canções como O Trem Azul, Paisagem da Janela e Um Girassol da Cor do Seu Cabelo. O disco foi eleito pela Rolling Stone Brasil como o sétimo maior da história da música brasileira.
No mesmo ano, o artista lançou o emblemático Disco do Tênis, consolidando sua sonoridade singular e experimental. Ao longo de mais de cinco décadas de carreira, gravou 14 álbuns e teve músicas interpretadas por nomes como Elis Regina, Tom Jobim, Skank, Nando Reis e 14 Bis. Seu último trabalho, Céu de Giz, em parceria com Zeca Baleiro, foi lançado em agosto de 2025.
Em 2023, Lô Borges foi indicado ao Grammy Latino na categoria “Melhor Álbum de Rock ou Música Alternativa em Língua Portuguesa” com o disco Não Me Espere na Estação, feito em parceria com César Maurício. No Spotify, o cantor acumulava cerca de 500 mil ouvintes mensais — prova de uma obra que continua viva entre gerações.





















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